As vacinas são fundamentais para a proteção individual e coletiva. Os imunobiológicos são eficazes no plano de enfrentamento a doenças imunopreveníveis e seus agravos ao longo da História, eliminando ou reduzindo os riscos de adoecimento que podem levar à internação e até mesmo ao óbito.
No próximo dia 15 de abril, o Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), mobiliza municípios para a realização do “Dia D” de imunização em todo o território estadual. A iniciativa busca ampliar a cobertura vacinal do reforço bivalente contra a covid-19 e da dose anual contra a gripe em grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS) – ver abaixo.
Em um cenário no qual é preciso incentivar a vacinação em todo o Brasil, a Sesa reuniu as principais dúvidas em relação aos imunobiológicos.
O secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Antônio Silva Lima Neto (Tanta), responde aos questionamentos sobre o porquê da atualização anual das vacinas contra a influenza e as consequências da falta de proteção, por exemplo. O médico (foto) também ressalta a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para assegurar o serviço com equidade e universalidade.
Confira a entrevista completa:
Secretário, estar em dia com a vacinação é essencial, mas há quem considere os imunizantes perigosos. Por que esse pensamento é grave?
Antônio Silva Lima Neto (Tanta): É fundamental desmistificar a ideia de que as vacinas são perigosas. O que traz riscos são as doenças. Mesmo os imunizantes mais recentes – como o da covid-19 – demonstram ser extremamente seguros e eficazes, sobretudo para proteger as pessoas contra casos mais severos. A gente estimula que toda a população garanta essa proteção. Pais e responsáveis devem imunizar as crianças.
Com as diversas campanhas de vacinação e com a prática de rotina, pretendemos garantir a proteção de doenças que ainda estão à espreita, que podem retornar, e daquelas com transmissão elevada, a exemplo da influenza. Hoje podemos estar juntos e tranquilos novamente, após a pandemia de covid-19, por exemplo, graças às vacinas e à Ciência.
No caso da gripe, por que precisamos atualizar a proteção anualmente?
Tanta: A oferta de vacinas disponíveis no SUS é a maior do mundo. A aplicação delas possui diferentes periodicidades. Há algumas que você toma apenas no primeiro ano de vida, outras se estendem um pouco mais. Uma que deve ter destaque é a da influenza. Esse tipo de vírus confere uma proteção limitada temporalmente. A imunização é, basicamente, de um ano, então, quando você tem uma nova sazonalidade de transmissão, é necessário ampliar a defesa.
As versões dos imunobiológicos ocorrem para atualizar os componentes necessários mais recentes de circulação, nos casos dos vírus, principalmente, e que você precisaria induzir anticorpos mais específicos.
As vacinas estão disponíveis só durante as campanhas ou no ano todo?
Tanta: Algumas estão disponíveis o ano todo, como aquelas previstas no calendário do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (MS). Outras funcionam mais em campanhas, mas, mesmo assim, podem estar presente nos postos de saúde, com doses remanescentes.
Devemos cumprir as metas das campanhas, como a da influenza, num período curto de tempo. As vacinas destinadas ao público infantil, porém, estão disponíveis o ano todo. Em algumas situações, a nossa intenção é de que os grupos prioritários recebam a proteção o quanto antes, em menor tempo possível, e isso exige uma mobilização.
Quem recebe a vacina também pega a doença? Os imunobiológicos deixam sequelas?
Tanta: Algumas têm como foco a prevenção de complicações, de quadros mais graves. Eventualmente, você pode se infectar, mas será de forma mais leve graças à imunização. Os efeitos colaterais de longo prazo são casos raros.
Pode-se acessar as vacinas em qualquer posto de saúde?
Tanta: A população pode buscar a maior parte delas nos postos de saúde que possuem salas de vacinas. A única exceção é quando há algum desabastecimento ou imunobiológicos que precisam de alguma atenção específica – como refrigeração mais intensa.
As vacinas são obrigatórias?
Tanta: Sim! Há exceções para algumas especificidades individuais, exigindo atenção e cuidado maior sobre os casos, mas são muito raras as condições que impedem os indivíduos de tomá-las.
A obrigatoriedade é requerida em algumas situações, como no caso da pandemia da covid-19, em que a imunização era condicionada para frequentar alguns espaços; em casos de viagens internacionais (febre amarela). O ideal é que todos tomem as vacinas disponíveis, principalmente os pequenos, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O primeiro parágrafo do artigo 14 do dispositivo aponta “obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.
Existe alguma vacina mais importante?
Tanta: Todas são importantes. Algumas protegem contra doenças que podem ser muito graves – como meningite e poliomielite. São imunizantes que atuam, inclusive, no não agravamento de certas condições como o sarampo, mais grave em crianças. É fundamental que adultos, idosos, crianças, grávidas e todos os outros grupos contemplados recebam a proteção.
Com informações da Secretaria da Saúde do Ceará