Quando um ano se inicia, é comum as pessoas fazerem uma lista de resoluções para os futuros 365 dias. Parar de fumar, praticar atividade física e manter uma alimentação de qualidade, por exemplo, estão entre as metas mais frequentes. A maioria dos novos hábitos estimula uma vida mais saudável e diminui os riscos de doenças cardiovasculares.
De acordo com profissionais do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), iniciar aos poucos e sustentar a motivação são estratégias fundamentais para alcançar os objetivos.Parar de fumar
Para a coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo do HM, Penha Uchoa, no processo de parar de fumar, algumas pessoas encontram resistência. “Apesar de não ser fácil abandonar o cigarro, os benefícios de largar o vício são maiores e mais numerosos do que as dificuldades”, argumenta.A tentativa, a persistência e a adoção de alguns hábitos ajudam no percurso. “Cada pessoa funciona de um jeito. O paciente pode tentar parar de fumar abruptamente ou estabelecer uma data e ir diminuindo gradativamente a quantidade de cigarros”, orienta Uchoa.
A médica pneumologista também destaca a importância da mudança no estilo de vida e a adoção de novas práticas. “É um processo de criação de um novo ser, de um ser não fumante. Para isso, é necessário fazer exercícios ao ar livre, caminhadas, ou até mesmo cultivar um jardim. Evite continuar na mesma rotina”, reforça.Outra dica da especialista é alterar a dieta, inserindo alimentos mais saudáveis.“Canela, gengibre, cenoura, cascas de tangerina e laranja possuem um sabor forte e vão competir com o gosto do cigarro. Quando a vontade de fumar aparecer, opte por algum desses alimentos; tente se distrair até a vontade passar”.
O risco de voltar a consumir cigarros depois de ter parado o hábito, no entanto, é alto. Em alguns casos, é normal não conseguir lidar com os efeitos da abstinência ou não suportar a intensa vontade de fumar – conhecida como “fissura”. “Ter recaída não é sinônimo de fraqueza, mas sinal de que precisa de outras abordagens ou de um acompanhamento profissional”, pontua Uchoa.Grupos de autoajuda e consultas frequentes com um médico são alternativas indicadas. Há mais de 20 anos, o Programa de Controle do Tabagismo do HM acompanha pacientes na luta contra o vício do cigarro, convencional ou eletrônico.
Atividade físicaSegundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o sedentarismo é o quarto principal fator de risco de morte no mundo. Os benefícios da atividade física são muitos. Exercícios aeróbicos (caminhar, correr, pedalar, nadar); treinamentos de resistência ou força (musculação) e práticas de alongamento são responsáveis por diminuir as chances de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, a diabetes e alguns tipos de câncer.
A OMS recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica por semana, divididos em pelo menos quatro dias (de preferência alternados).O coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital de Messejana, José Carlos Pompeu, ressalta não ser necessária uma prática de alta performance. “Uma caminhada mais rápida ou brincar de bola com os filhos, por exemplo, já são exercícios capazes de elevar o gasto energético basal, de reduzir as reservas de gordura corporais e de facilitar o controle de fatores como a obesidade, a hipertensão, a diabetes e as dislipidemias”.
Mas, antes, Pompeu pondera a importância de passar previamente por uma avaliação médica. “O profissional vai fazer uma anamnese, analisar o histórico do indivíduo. Se tiver dúvidas, pode, então, solicitar exames complementares ou mesmo encaminhar o paciente a um cardiologista. É muito importante fazer essa avaliação pelo menos uma vez ao ano ”, complementa.Com informações da Assessoria de Comunicação do HM