Dor de garganta, fadiga, inchaço dos gânglios linfáticos, febre e perda de apetite. Apesar de comuns a muitas doenças, esses sintomas são característicos da mononucleose infecciosa, também conhecida como “doença do beijo”. A infecção é causada pelo vírus Epstein-Barr e transmitida principalmente pela saliva, como explica a médica Fernanda Remígio, infectologista do Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
“O vírus pode ser disseminado por sangue e secreções, mas o contato com a saliva, sobretudo durante o beijo, acaba sendo a forma mais importante de transmissão. A doença é uma infecção aguda que gera um processo de inflamação das vias aéreas superiores”, detalha a especialista.
Os sinais de mononucleose surgem, normalmente, após o período de incubação do vírus, que pode variar de um mês a oito semanas.
Considerada benigna, a mononucleose também pode ocasionar o aparecimento de lesões avermelhadas semelhantes a um processo alérgico ou ser assintomática em alguns casos. No entanto, mesmo quando não há sintomas aparentes, é possível transmitir a infecção. A doença pode atingir qualquer pessoa, sendo mais recorrente na faixa etária de 15 a 25 anos.
Diante dos sinais de mononucleose, é recomendado procurar assistência médica. “O diagnóstico, feito por meio de exame de sangue, é importante para que a infecção não seja confundida com outras doenças causadas por vírus que podem manifestar quadros clínicos semelhantes”, ressalta Fernanda. A médica destaca a necessidade de evitar contato com outras pessoas enquanto houver sintomas.
Tratamento
Não há vacinas ou medicação específica para combater a mononucleose infecciosa. Portanto, nos casos leves, o tratamento consiste no uso de medicamentos para alívio dos sintomas. Os pacientes são orientados a permanecer em repouso, reforçar a ingestão de líquidos para manter a hidratação do organismo e evitar o compartilhamento de objetos pessoais.
“É necessário frisar que não se trata de uma doença curta, como uma faringite comum. A infecção pode durar semanas, por isso o paciente precisa estar em isolamento”, acrescenta a médica.
Ainda de acordo com Fernanda Remígio, o surgimento de casos de mononucleose infecciosa costuma ser maior após a realização de grandes eventos. “Vale lembrar que essa não é uma doença nova. Ela é observada com mais frequência principalmente depois do Réveillon e do Carnaval, por exemplo”, frisa.
Com informações da SESA-CE