A Capela setecentista de Nossa Senhora da Conceição, no distrito de Itans, município de Itapiúna (CE), distante 120km de Fortaleza, é um dos um dos mais antigos templos religiosos erguidos no Ceará.
O pequeno templo, restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Paróquia de Itapiúna através da implementação de uma medida compensatória de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), remonta às primeiras décadas do século XVIII e materializa os primeiros esforços dos colonizadores portugueses em sua fixação no sertão cearense, nas encostas do Maciço de Baturité, importante recorte geográfico da paisagem do estado. Trata-se de um dos mais antigos templos religiosos erguidos no Ceará, quando as primeiras sesmarias foram concedidas ao longo do rio Choró. Registra, inclusive, a disputa comum à época entre missionários e latifundiários que, no caso, acabaram por desapossar as terras dos índios, conforme nos conta a crônica histórica cearense.
De acordo com o Iphan, os estudos arqueológicos feitos ao início das obras forneceram importantes subsídios para o projeto de restauro, a exemplo da descoberta do piso em campas de madeiras para as sepulturas e de artefatos históricos como faianças portuguesas, rosários e artefatos pré-históricos em pedra lascada.
Uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e o forro da capela-mor, composto por um conjunto de nove painéis, são as duas obras integradas à capela setecentista.
A imagem restaurada é uma escultura barroca em madeira policromada de grande expressividade, de provável origem portuguesa. Já a capela-mor possui motivos de filiação rococó vinculados à devoção da Virgem.