Jesus é radical, dá tudo e pede tudo, disse o Papa na Missa com canonizações

Marcelino Martins
Vatican News
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“Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo (…). Não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada”.

Dirigindo-se aos mais de 70 mil fiéis presentes na Praça São Pedro na Missa em que foram proclamados sete novos Santos, o Papa Francisco recordou que somos chamados a viver a “vocação comum à santidade, não às meias medidas, mas à santidade”.

E os novos santos, “em diferentes contextos, traduziram na vida a Palavra de hoje: sem tibieza, nem cálculos, com o ardor de arriscar e deixar tudo. Que o Senhor nos ajude a imitar os seus exemplos”, foi o convite do Santo Padre.

A canonização

Após o canto do Veni Creator, no início da celebração, o cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, acompanhado pelos postuladores, dirigiu-se ao Santo Padre pedindo que se procedesse à canonização dos sete Beatos, lendo então a biografia de cada um deles. Foi então cantada a Ladainha de todos os Santos e ao final o Papa Francisco leu a fórmula da canonização, inserindo-os assim no álbum dos Santos, para então serem venerados por toda a Igreja. Seguiu-se o canto do Jubilate.

As relíquias de cada Santo apresentadas na cerimônia foram: de Paulo VI, a camiseta com manchas de sangue das feridas provocadas pelo atentado ocorrido em Manilla, nas Filipinas; de Dom Óscar Arnulfo Romero, parte  de um osso; de Francisco Spinelli, osso do pé; de Vicente Romano, uma vértebra; de Núncio Sulprizio, o fragmento do osso do dedo da mão; de Maria Catarina Kasper, osso da espinha dorsal e de Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus, mecha de cabelos.

Da observância da lei ao dom de si mesmo

“O que devo fazer para ter em herança a vida eterna?”. A pergunta deste desconhecido – que pode ser cada um de nós – narrada no Evangelho de Marcos, ofereceu ao Pontífice a inspiração para falar em sua homilia sobre a radicalidade exigida no seguimento sincero de Jesus.

Jesus fixou o olhar no homem e amou-o, mudando-lhe a perspectiva,  “pede-lhe para passar da observância das leis ao dom de si mesmo, do trabalhar para si ao estar com Ele. E faz-lhe uma proposta «cortante» de vida: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres (…), vem e segue-Me»”.

A mesma proposta Jesus faz a cada um de nós. E para ser dele – observa o Papa – “não basta não fazer nada de mal”, ou segui-lo apenas quando nos apetece, ou ainda “ficar contentes com observar preceitos, dar esmolas e recitar algumas orações”, mas devemos encontrar n’Ele o Deus que sempre nos ama, o sentido da nossa vida, a força para nos entregarmos.

Abandonar o que deixa pesado o coração

Ao dizer para vender tudo o que tem e dar o dinheiro aos pobres, Jesus pede a cada um de nós “para deixar aquilo que torna pesado o coração, esvaziar-se de bens para dar lugar a Ele, único bem”:

“Não se pode seguir verdadeiramente a Jesus, quando se está estivado de coisas. Pois, se o coração estiver repleto de bens, não haverá espaço para o Senhor, que Se tornará uma coisa mais entre as outras. Por isso, a riqueza é perigosa e – di-lo Jesus – torna difícil até mesmo salvar-se. Não, porque Deus seja severo; não! O problema está do nosso lado: o muito que temos e o muito que ambicionamos sufocam-nos o coração e tornam-nos incapazes de amar (…). Quando se coloca no centro o dinheiro, vemos que não há lugar para Deus; e não há lugar sequer para o homem”.

Ou tudo ou nada

“Jesus é radical – reitera o Papa –  dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso”. E pergunta:

“Também hoje Se nos dá como Pão vivo; poderemos nós, em troca, dar-Lhe as migalhas? A Ele, que Se fez nosso servo até ao ponto de Se deixar crucificar por nós, não Lhe podemos responder apenas com a observância de alguns preceitos. A Ele, que nos oferece a vida eterna, não podemos dar qualquer bocado de tempo. Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada”.

“O nosso coração é como um íman: deixa-se atrair pelo amor, mas só se pode apegar a um lado e tem de escolher: amar a Deus ou as riquezas do mundo; viver para amar ou viver para si mesmo”:

Perguntemo-nos de que lado estamos nós… Perguntemo-nos a que ponto nos encontramos na nossa história de amor com Deus… Contentamo-nos com alguns preceitos ou seguimos Jesus como enamorados, prontos verdadeiramente a deixar tudo por Ele? Jesus pergunta a cada um e a todos nós como Igreja em caminho: somos uma Igreja que se limita a pregar bons preceitos ou uma Igreja-esposa, que pelo seu Senhor se lança no amor? Seguimo-Lo verdadeiramente ou voltamos aos passos do mundo, como aquele homem? Em suma, basta-nos Jesus ou procuramos as seguranças do mundo?”

Peçamos a graça – foi a exortação de Francisco – de saber deixar por amor do Senhor “as riquezas, os sonhos de funções e poderes, as estruturas já inadequadas para o anúncio do Evangelho, os pesos que travam a missão, os laços que nos ligam ao mundo”.

Autocomplacência egocêntrica

“Sem um salto em frente no amor – disse o Papa –  a nossa vida e a nossa Igreja adoecem de «autocomplacência egocêntrica»”, procurando a alegria em qualquer prazer passageiro. “Fechamo-nos numa tagarelice estéril, acomodamo-nos na monotonia duma vida cristã sem ardor, onde um pouco de narcisismo cobre a tristeza de permanecermos inacabados”.

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Marcelino Martins: um empreendedor dedicado ao jornalismo positivo. Graduado em Marketing pela Universidade Estácio de Sá, Marcelino tem mais de 10 anos de experiência em Marketing Digital. Em 2006, ele fundou o site avozdobem.com, com o objetivo de divulgar e valorizar as boas notícias de Itapiúna e região. Com sua visão inovadora e dedicação, Marcelino tem sido responsável por levar as boas notícias a milhares de seguidores e é também jornalista em formação
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