Manchas brancas ou avermelhadas na pele com perda de sensibilidade são sinais da hanseníase. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápida é a cura. Para alertar a população sobre a necessidade do diagnóstico precoce da hanseníase, o enfrentamento do estigma e a discriminação, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realiza neste mês diferentes ações de promoção e prevenção à doença.
Até 31 de janeiro, Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, a fachada da Secretaria da Saúde estará iluminada com a cor da campanha Janeiro Roxo e atividades como palestras, rodas de conversa, exames dermatoneurológicos, busca ativa de casos novos e capacitação de líderes comunitários e profissionais de saúde ocorrerão nas centrais do Vapt Vupt em Messejana e Antônio Bezerra, terminais de ônibus, unidades prisionais, abrigos, centros comunitários e hospitais.
“O objetivo é alertar a sociedade civil sobre os sinais e sintomas da hanseníase e incentivar a procura pelos serviços de saúde; mobilizar os profissionais de saúde quanto à busca ativa de casos novos e exame de contatos, visando interromper a cadeia de transmissão de forma precoce e oportuna”, ressalta Suzyane Cortês, assessora técnica do Grupo de Trabalho de Hanseníase da Sesa.
De acordo com a técnica, o Ceará ainda é um estado em situação endêmica alta, apesar da redução da taxa de detecção de casos novos. “Na população geral, (a taxa) vem caindo nos últimos anos, passando de 30,2 casos por 100 mil habitantes em 2007 para 18,9 casos por 100 mil habitantes em 2016, uma redução de 30,3%”, compara. Houve também redução da taxa de detecção de casos novos em menores de 15 anos, que caiu de 6,7 casos por 100.000 habitantes em 2007 para 3,8 no ano passado. Em 2017, o Ceará registrou 1.668 casos de hanseníase.
Hanseníase tem cura
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). Não é hereditária. A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis.
O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. A sua evolução apresenta múltiplas manifestações clínicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.
Tratamento gratuito
O tratamento para hanseníase é gratuito e oferecido na rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS). O Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, do Governo do Ceará, é uma das principais referências de acompanhamento e atendimentos a pessoas com hanseníase. Fica na Avenida Pedro I, 1033, Centro. A rede estadual tem ainda dois centros de reabilitação – o Hospital de Dermatologia Sanitária Antônio Justa, Avenida Faustino Albuquerque, 1000, Col Antônio Justa, em Maracanaú, e o Centro de Convivência Antônio Diogo, Rua Irmã Augusta, 120, em Redenção.